Em São Paulo, cerca de 20 mil pessoas participaram de ato contra a Proposta de Emenda Constitucional 241 (PEC 241), que instaura o Novo Regime Fiscal e congela por até 20 anos as despesas do governo federal, com cifras corrigidas somente pela inflação.
A concentração, como tem sido habitual, foi marcada às 18h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e o destino final foi a sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em Pinheiros.
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"Uma das coisas que a gente tem pautado é que existem outras saídas para a crise fiscal. Por exemplo, cobrar impostos sobre dividendos ou criar novas faixas de imposto de renda. Então, ir até a Febraban é uma forma de a gente marcar posição de que existem alternativas... Quem tem lucros estratosféricos é quem deveria pagar por esse crise --por exemplo, os banqueiros. E não a gente, que é usuário dos serviços públicos", explicou Márcio Moretto Ribeiro, do movimento Democracia na Real, um dos grupos que organizaram o ato.
Além de São Paulo, também ocorreram manifestações em outras capitais, como Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), e Vitória (ES). Elas foram convocadas pelo Facebook por grupos autônomos, desvinculados de partidos políticos, depois de terem organizado um tuitaço bem-sucedido durante a primeira votação da PEC na Câmara, no dia 10 de outubro: foram quase 200 mil tuítes, e a hashtag #PECdoFimDoMundo atingiu o primeiro lugar como trending topic mundial do Twitter naquele dia.
No encerramento, os organizadores fizeram a convocação para o segundo ato contra a PEC, marcado para esta sexta (21). Também convidaram os manifestantes a apoiarem um protesto dos secundaristas, previsto para esta terça (18), e outro pela tarifa zero, convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) para o dia 26 de outubro.
MTST
O ato contra a PEC 241 foi antecedido por outro, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Eles ocuparam o escritório da Presidência da República, na altura do metrô Consolação, na Avenida Paulista, sob a bandeira da luta pela moradia e também em protesto contra a PEC 241.
Quando o segundo protesto chegou na Rua Augusta, cerca de 2 mil manifestantes do MTST se juntaram à marcha e seguiram até o destino final.
Novidade
O Democracia na Real é um movimento recente, criado em junho deste ano, e se define como apartidário. "A ideia era construir um movimento político que tentasse fugir da dicotomia 'impeachment e golpe'", sintetizou Ribeiro.
Ele conta que, na época, havia debates e aulas públicas sobre várias pautas, até que eles decidiram focar na PEC 241. "As ações no Masp foram, principalmente, aulas públicas com economistas que são críticos à PEC e com outros coletivos que também são críticos à PEC, como Fórum da Saúde e o Poema [Política Econômica da Maioria]", relembrou o ativista.
* Com informações de Rute Pina
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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