Entidades lançam nesta terça-feira (27) uma campanha em defesa da preservação do cerrado, ecossistema localizado na região centro-oeste do Brasil. Amparadas em pesquisas, as organizações afirmam que mais da metade (52%) do bioma já foi devastado no país.
Composta por 36 organizações, a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado - com o tema “Cerrado, Berço das Águas: Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida” - será lançada na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, às 14h.
Temas
O tema central da campanha será a questão da água. O cerrado é conhecido como a “caixa d´água do Brasil” e “berço das águas”. Nele nascem as três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: Amazônica, do São Francisco e da Prata.
“A Campanha é fundamental para que todos conheçam o patrimônio histórico, cultural e biológico do cerrado: seus povos, sua biodiversidade, e sua importância para a vida na terra. Sem cerrado não há água e nem vida”, destaca Isolete Wichinieski, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) – uma das entidades que faz parte da Campanha.
“Nós dependemos de água para viver. 70% do nosso corpo é agua”, ressalta Isolete. “Defender o Cerrado é preservar as águas, é preservar a vida e todos e todas são responsáveis por isso”, completa.
Além do tema da água, a mobilização também tem como objetivo alertar a sociedade e denunciar as violências contra os povos e comunidades que vivem neste espaço, abordando os impactos dos grandes projetos do agronegócio, da mineração e de infraestrutura.
“A campanha tem várias dimensões. Uma primeira é dar visibilidade à presença da diversidade humana, cultural e natural do Cerrado. Outra é visibilizar a importância do bioma para o conjunto da vida em outras regiões. E ainda, por outro lado, mostrar como tudo isso está em risco. Por isso não é só uma campanha dos povos e organizações do cerrado, mas de todos brasileiros”, destaca Gilberto Vieira, membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi),outra organização que também compõe a Campanha.
Debate
A campanha será lançada em coletiva de imprensa na sede da CNBB. Após a entrevista, ocorre um debate sobre o tema.
Participarão da mesa de lançamento a antropóloga e professora da Universidade de Brasília (UNB), Mônica Nogueira; o indígena Elson Guarani Kaiowá; a liderança do Movimento Quilombola do Maranhão (Moquibom), Zilmar Pinto Mendes; Pedro Alves dos Santos, da Articulação Camponesa do Tocantins; e Isolete Wichinieski, da CPT.
Edição: José Eduardo Bernardes
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