África

Sedes de partidos opositores são incendiadas durante protesto contra governo no Congo

Segundo governo, 17 morreram durante enfrentamentos; oposição fala em mais de 50; manifestantes pedem novas eleições

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Presidente da RD Congo, Joseph Kabila
Presidente da RD Congo, Joseph Kabila - Flickr/MonuscoPhotos

A coalizão opositora Rassemblement da RDC (República de Democrática do Congo) convocou novas manifestações para esta terça-feira (20) contra o presidente do país, Joseph Kabila, um dia após uma manifestação que deixou dezenas de mortos e no qual as sedes de três partidos de oposição foram incendiadas.

O ministro do Interior do país, Evariste Boshab, afirmou à BBC que ao menos 17 morreram, entre eles três policiais nesta segunda-feira (19).

Já a oposição afirma que mais de 50 pessoas morreram durante os protestos devido à repressão policial.

"Rassemblement lamenta as numerosas vítimas, mais de 50 até agora, causadas pelo uso de munição real pela polícia e a Guarda Republicana", afirmou a coalizão em comunicado divulgado na segunda.

Os manifestantes foram às ruas pedindo a renúncia de Kabila, que está no poder desde 2001 e já cumpriu os dois mandatos que lhe outorga a Constituição. Eles pediram também a realização de eleições antes do final do ano, como era previsto.

As eleições presidenciais estavam previstas para dezembro, mas tanto o governo como a CENI (Comissão Eleitoral) optaram por adiar o pleito. A justificativa para o adiamento, que gerou muitas criticas entre a oposição, foi de que o censo eleitoral do país está desatualizado.

Apesar da violência registrada na segunda-feira, a oposição pediu também que os manifestantes voltem às ruas "para evitar que um indivíduo ou grupo monopolize o poder".

Durante o protesto, as sedes de três partidos da oposição foram incendiados por um grupo que não foi identificado, de acordo com veículos de imprensa locais, e vários estabelecimentos foram saqueados.

Rassemblement acusa Kabila de querer se perpetuar no poder e assegura que seguirá com as mobilizações até que o presidente renuncie e convoque eleições para a data prevista.

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