O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teta (MST) realizou, nesta quarta-feira (24), o Ato Nacional em Defesa da Democracia e da Reforma Agrária, que contou com a presença do ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva.
O evento ocorreu no assentamento Itamarati, localizado no Mato Grosso do Sul, próximo à cidade fronteiriça de Ponta Porã (324 km da capital Campo Grande). É o maior complexo de assentamentos do país, com mais de 17 mil camponeses vivendo no território.
Após um almoço fechado com autoridades, militantes e caciques indígenas, o ex-presidente participou de um ato público no núcleo urbano do distrito Itamarati, em uma celebração que teve início por volta das 14h30.
Segundo o MST, a presença do ex-presidente foi um contraponto importante ao processo de quebra democrática que o país está vivendo. "O presidente Lula optou, junto com o MST, por vir ao Itamarati primeiro porque é um grande complexo, o maior do país. Mas, sobretudo, porque ele constituiu o Itamarati desde o princípio", explicou Marina Nunes, da direção nacional do MST, para a página do movimento.
Jonas Carlos da Conceição, também da direção nacional do MST, conta que o próprio Lula "idealizou o processo que retirou a posse que se concentrava nas mãos de apenas um latifundiário e proporcionou o assentamento de mais de 3 mil famílias".
História
O Itamarati, que tem uma área de 57 mil hectares, é um símbolo do desenvolvimento trazido pela Reforma Agrária Popular, por ter índices positivos de produtividade e educação no campo.
O assentamento foi criado em 2003 a partir da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, que se articularam com o governo do ex-presidente Lula. Atualmente, abriga cinco escolas públicas que atendem mais de 3.100 estudantes, filhos e filhas de assentados.
Entre as décadas de 1970 e 1980, a região havia chegado à posição de maior produtora de soja do país. Hoje, com diversos lotes de usufruto coletivo de terra, é referência na produção de alimentos saudáveis, que são comercializados localmente ou através de programas institucionais, com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE).
Edição: Camila Rodrigues da Silva
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