Moradia

Famílias despejadas na zona oeste de São Paulo permanecem na área

Parte dos moradores que sofreram despejo no Jardim Raposo Tavares foram para outra ocupação

São Paulo |
Reintegração de posse na segunda-feira (25)
Reintegração de posse na segunda-feira (25) - UMM

A maior parte das famílias da ocupação Terra Limpa, localizada no Jardim Raposo Tavares, zona oeste da capital paulista, permanece na região após o despejo realizado na segunda-feira (25). Algumas delas se dirigiram a uma outra ocupação, próxima ao local. As informações são de movimentos populares de moradia que acompanham o caso.

“Parte das famílias estão na sede de uma associação de moradores próxima ao terreno. Outras estão em casas de parentes. Algumas foram para outra ocupação. Estão dispersos, mas todos estão na região”, relata Vera Eunice Rodrigues da Silva, militante da União dos Movimentos de Moradia na região oeste.

De acordo com Vera, o movimento pleiteia, junto ao município, a abertura de diálogo para debater a situação das famílias: “Nós ainda estamos no aguardo de uma reunião com a Prefeitura para tentar encaminhar o caso. Não sabemos se ele receberão auxílio-aluguel de fato, e a partir de qual data. Não tem nada ainda concreto”.

Reintegração de posse

O caso ganhou notoriedade após o ex-senador Eduardo Suplicy ter sido detido pela PM enquanto participava da resistência ao despejo.

O terreno desocupado pela Polícia Militar pertence à prefeitura de São Paulo que, em nota, destacou que o local é de "risco elevado", por ficar perto de um barranco. As famílias afirmaram que foram avisadas da reintegração, mas que não têm para onde ir.

Posição

Questionada pela reportagem em relação à atual situação dos ex-moradores da Terra Limpa, a Prefeitura afirmou que as famílias já foram cadastradas no programa habitacional municipal.

“A área ocupada na R. Carlos Faria é municipal e apresenta risco elevado de desabamento, o que inviabiliza a construção de moradia popular. A Defesa Civil do município estudou a possibilidade de retirar apenas parte dos barracos, mas concluiu que isso colocaria os demais barracos em risco, por causa da fragilidade estrutural do conjunto. A reintegração de posse é uma determinação judicial e os moradores foram avisados previamente sobre a desocupação. Ao todo, 211 famílias residem no local e já estão cadastradas no programa habitacional da Prefeitura de São Paulo”, afirma nota.

A Prefeitura também apontou que “uma equipe do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas) permaneceu no local na segunda-feira (25), das 8h30 às 18h00, para encaminhar as famílias aos serviços da rede socioassistencial, mas nenhuma aceitou o encaminhamento. As famílias interessadas nos serviços, como a inclusão no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal e encaminhamentos para Centros de Acolhida, ainda podem procurar espontaneamente o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Butantã na Avenida Junta Mizumoto, 591”.

Questionada sobre o pagamento de auxílio-aluguel aos moradores, a Prefeitura não respondeu à reportagem do Brasil de Fato.

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