Debate

"A cultura é a melhor forma de conscientizar a classe trabalhadora", afirma Stedile

Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT, concorda e completa que, sem cultura, logo nos pareceremos com a direita

São Paulo (SP) |
Para sair da crise, é preciso criar um novo projeto para a classe trabalhadora, avalia Stedile
Para sair da crise, é preciso criar um novo projeto para a classe trabalhadora, avalia Stedile - Leandro Taques

Durante a mesa de debate sobre a conjuntura política brasileira do Festival Nacional de Arte e Cultura da Reforma Agrária, na manhã desta quinta-feira (21),  João Pedro Stedile, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou que a esquerda está “convencida que a cultura é a melhor forma de conscientizar a classe trabalhadora”.

No espaço também estava a presidenta da CUT, Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais, que concordou com a análise. "Sem a cultura, corremos o risco de nos tornarmos semelhantes àqueles que nós combatemos”, apontou.

A atividade faz parte da programação do festival, que acontece até este domingo (24) na Praça da Estação e na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte (MG). Mais de 1.500 sem terra de 19 estados do Brasil participam do festival.

Necessidade de um novo projeto

Stedile lembrou em sua análise que a superação de todas as crises que o Brasil viveu dependeu da construção de novos projetos. Por isso, há a necessidade de que uma nova proposta seja criada para atender, de fato, a classe trabalhadora.

"A economia não cresce há três anos. Teve um aumento de 14% no desemprego e ocorreu um sequestro do sistema eleitoral. Hoje, o povo não reconhece mais no Congresso os seus representantes", apontou o dirigente do MST, lembrando dos últimos fatos no país.

Para Beatriz Cerqueira, a esquerda precisa intensificar suas lutas, focando, primeiramente, na luta contra o golpe. “Não faço essa luta pela Dilma Rousseff ou pelo PT. Faço pela democracia”, bradou.

Para a presidenta da CUT, o governo interino de Michel Temer promove um desmonte do Estado, "privatizando tudo o que é público e o mais rápido possível", alerta.

Edição: Camila Rodrigues da Silva

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