Terminou nesta quarta-feira (15) o mandato temporário do presidente interino do Haiti, Jocelerme Privert, e o país ficará sem um presidente pela segunda vez em um período de seis meses.
Alçado ao cargo em fevereiro deste ano depois de um acordo parlamentar ter sido firmado, Privert assumiu interinamente a Presidência por 120 dias após o mandato do presidente Michel Martelly ter terminado sem que tivesse sido eleito um sucessor. O Haiti viveu uma onda de protestos populares por acusações de fraudes nas eleições presidenciais de 2015, que foram canceladas após análises do CEP (Conselho Eleitoral Provisório) e da Comissão de Verificação.
Estava prevista para esta terça-feira (14) uma votação no Parlamento para decidir se Privert deveria seguir ou não no cargo além do estipulado em fevereiro, até outubro, quando deverá ocorrer o primeiro turno do pleito presidencial — o segundo turno está marcado para janeiro de 2017. No entanto, os parlamentares não se reuniram para tratar da questão e o mandato de Privert chegou ao fim.
O presidente da Câmara dos Deputados do Haiti, Cholzer Chancy, criticou o impasse na legislatura durante uma entrevista. “Somos 92 deputados e 22 senadores. Por que não podemos comparecer e decidir como nós iremos continuar a governar o país?”, disse Chancy a uma emissora de rádio local.
Nesta terça-feira, cerca de 1.000 manifestantes fizeram uma passeata na capital Porto Príncipe para pedir a permanência de Privert, posição defendida por parte dos parlamentares.
O primeiro-ministro, Enex Jean Charles, se encontra à frente do governo até que o Parlamento vote sobre qual será o futuro imediato da Presidência haitiana. Não está claro se os parlamentares irão se reunir para tratar sobre a vacância da Presidência, nem se será atingindo um quórum em sessão na Assembleia Nacional nesta quarta-feira.
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