O desinteresse pela seleção não pode fazer com que a entreguemos de bandeja
Juca Kfouri contou a história de um amigo que mora em Londres e divide o apartamento com outros estrangeiros. Ao final do jogo desse arremedo de seleção brasileira contra o Peru, um espanhol perguntou:
- Hasta cuando?
O desenganado brasileiro só conseguiu responder com um lacônico “não sei”.
Não dá para saber mesmo.
Uma simples troca de treinador está longe de resolver o problema. A questão é estrutural. Os dirigentes, felizes e saltitantes com o golpe dado por Michel Temer, são a maçã podre do futebol brasileiro.
Ou a direção da CBF é varrida para a lata do lixo da história, ou veremos o futebol brasileiro definhar.
A única forma dessa quadrilha sair do castelo é democratizando a entidade. É abrindo seus porões para o frescor de movimentos como o Bom Senso FC, além de gestores comprometidos com uma profunda reforma no futebol brasileiro.
Qualquer treinador, por melhor que seja, não vai prosperar a longo prazo sob a batuta de um presidente que não acompanha a seleção porque pode ir preso.
Essa quadrilha se vale da autonomia das entidades desportivas para fugir do controle público. Se já é difícil pegar uns “malandros” como Eduardo Cunha, imagina a cartolagem!
Mais do que Dunga, Del Nero deve sair. E com os dois, toda a corriola da CBF como Gilmar Rinaldi, Walter Feldman e o filho do Sarney.
Por mais que o desinteresse pela seleção cresça, não podemos entregá-la de bandeja para eles. Queremos nossa seleção de volta. Queremos nosso futebol de volta.
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