Os principais interlocutores do PMDB – o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha –, são alvos de pedido de prisão realizado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo e pelo telejornal Bom Dia Brasil.
Os pedidos de prisão já estão com o ministro Teori Zavascki, do STF, há pelo menos uma semana. No caso de Calheiros, Sarney e Jucá, o procurador-geral da República alegou que eles foram flagrados tramando contra a Operação Lava-Jato em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
No caso de Cunha, segundo informações do telejornal Bom Dia Brasil, Janot alegou que a prisão seria necessária, uma vez que, embora ele tenha sido afastado do cargo de presidente da Câmara – após decisão do STF, em maio –, ele continua interferindo no comando da Casa.
Milhões em propina
Na última sexta-feira (3), o jornal carioca também informou que numa série de depoimentos prestados em sua delação premiada, Machado afirmou que mais de R$ 70 milhões foram distribuídos em propina para Renan, Sarney e Jucá. Esta é a primeira vez que a Procuradoria-Geral da República pede a prisão de um presidente do Senado e de um ex-presidente da República.
Cunha também teria recebido propina. Ele foi citado como destinatário por pelo menos sete delatores. Em razão das acusações, já responde a um processo e pelo menos quatro inquéritos no âmbito da Lava-Jato.
As conversas e depoimentos de Machado também resultaram na queda de Jucá do Ministério do Planejamento, cargo que tinha assumido a menos de um mês dentro do governo interido de Michel Temer.
*Edição: Vivian Fernandes
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