Eucação pública

PM usa força para desocupar Centro Paula Souza

Mesmo sem utilização de armas, alunos e um jornalista ficaram feridos durante ação

São Paulo (SP) |
Polícia cercou unidade por volta das 5h30
Polícia cercou unidade por volta das 5h30 - Mídia NINJA

A Polícia Militar cumpriu o mandado de reintegração de posse do Centro Paula Souza, na manhã desta sexta-feira (6). Não foram utilizadas armas não letais, mas o emprego da força deixou estudantes e um jornalista - Mauro Donato, do Diário do Centro do Mundo - feridos.

Por volta das 05h30 da manhã, todas as ruas do entorno da unidade já estavam bloqueadas. Segundo os estudantes, a polícia leu a ordem judicial e como não houve consenso sobre a saída pacífica, a unidade foi invadida por policiais, que retiraram os alunos aos socos e empurrões.

"Nós demos os braços e dissemos que não iria ter arrego. O policial olhou para mim e disse: 'então você vai ser o primeiro'", conta o secundarista João.

João alega ter levado socos, chutes e foi arrastado até a frente da unidade, onde já se encontravam outros alunos, sentados na calçada.

"Nossa resistência é política e o diálogo que a gente quer com o Estado é um diálogo político, não de força", explica João. O secundarista afirmou também que "enquanto esse diálogo for policial, nós vamos continuar resistindo e vamos ocupar mais duas, três, quatro Etecs [escolas técnicas], até que o governo ceda", disse.

Após deixarem o prédio do Centro Paula Souza, os alunos se dirigiram ao prédio Escola Técnica Estadual de São Paulo (Etesp), que também segue ocupada por alunos secundaristas.

Os alunos tentaram entrar no prédio, mas a polícia, que já havia monitorado essa possibilidade, bloqueou a entrada. A Avenida Tiradentes foi ocupada pelos alunos, que decidiram em assembleia, seguir para a Diretoria de Ensino Centro-Oeste, na Vila Madalena, que também está ocupada pelos secundaristas.

Posição

"Houve uso da força, uma força legal e isso não é considerado agressão", afirmou o tenente Felipe Neves, do centro de comunicação social da Polícia Militar.

“A pessoa que se sentir constrangida, ou violada, tem todo o direito de trazer seus argumentos", disse o tenente. Segundo ele, "qualquer tipo de ação considerada ilegal ou abusiva da PM vai ser apurada", completou.

Veja abaixo relata em vídeo.

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