Negociando sua delação premiada, o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, confirmou que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seu padrinho político, recebeu pagamentos de propina em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o projeto do Porto Maravilha. A operação teria envolvido R$ 52 milhões.
Cleto está prestes a fechar acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal em dezembro do ano passado.
O depoimento preliminar do ex-vice-presidente confirma informações já obtidas – através da delação da Carioca Engenharia - em relação a Cunha. Ele é a sétima pessoa investigada no âmbito da Lava Jato a implicar o presidente da Câmara em casos de corrupção.
Porto Maravilha
Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, relataram o caso. Segundo eles, Cunha cobrou R$ 52 milhões para liberar fundos do FGTS para o projeto Porto Maravilha – no Rio de Janeiro -, que a empreiteira obteve a concessão em um consórcio com a OAS e Odebrecht.
A delação que Cleto negocia, de acordo com o jornal paulista, poderá incluir a indicação de contas no exterior usadas por Cunha, que ajudará a PGR a traçar a rota utilizada pelo presidente da Câmara.
Casos
O peemedebista é alvo de outros inquéritos. O primeiro diz respeito a valores recebidos para facilitar o contrato referentes a navios-sonda da Petrobas. O Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia da promotoria por unanimidade em relação a esse caso, transformando Cunha em réu.
O presidente da Câmara também é investigado pela utilização das contas na Suíça em seu nome e em nome de familiares – esposa e filha. Outros dois inquéritos ainda estão sob sigilo.
Posição
Cunha vem afirmando à imprensa não ter recebido valores da Carioca Engenharia.
Edição: Simone Freire.
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