Editorial

O povo viu um Congresso que não nos representa

Deputados votaram por seus interesses pessoais

Belo Horizonte |
Povo percebeu a farsa do golpe
Povo percebeu a farsa do golpe - Latuff

No último domingo tv’s, telões e celulares, nas casas, bares, restaurantes e praças, o povo parou para assistir o que se passava na Câmara dos Deputados.
O que vimos foram cenas explícitas de golpismo. Tudo justificou o impeachment, menos um crime de responsabilidade cometido pela presidenta Dilma 
Rousseff. Aprendemos por nós mesmos, ninguém precisou nos explicar. Assistimos à hipocrisia escancarada de mais de 300 deputados que disseram sim ao golpe pelas razões mais esdrúxulas possíveis.
Dentro das aberrações políticas destacamos duas. A primeira foi o voto sim da deputada federal Raquel Muniz (PSD/MG). “Meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”. Um dia depois, o prefeito homenageado Ruy Muniz (PSB), marido de Raquel, foi preso pela Polícia Federal. Ele é suspeito de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos da cidade para favorecer um hospital privado, que é gerido por sua família.
A segunda foi o voto sim do deputado fascista Jair Bolsonaro (PSC/RJ). “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma 
Rousseff’’. O homenageado tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido, pela Justiça, como torturador durante a ditadura. Além de torturar Dilma, torturava mulheres grávidas e colocava ratos nas vaginas destas, dentre outras barbaridades.

Espetáculo de terror
Após o espetáculo de terror, o que vimos nas ruas e nas redes sociais foi vergonha pela Câmara dos Deputados que temos.  
As máscaras caíram, ao vivo, para todo Brasil. Não há o que comemorar. Ficou ainda mais nítida a condução de um golpe jurídico-midiático-parlamentar, que teve como operador, na Câmara, o Presidente inescrupuloso Eduardo Cunha (PMDB/RJ), lacaio do traidor-mor, o Vice-Presidente Michel Temer (PMDB).
Mas estamos certos que nesse domingo a luta pela democracia ganhou mais gente em sua defesa. 

Golpe não, reforma política sim
O povo se pergunta: O que fazer? Qual é a saída? A saída política é uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política. Nada esperamos desse Congresso. Somente uma Constituinte será capaz de reformar profundamente o nosso sistema político.
Agora é hora de reunir nossas energias para dialogar ainda mais com todos à nossa volta e tomar as ruas do Brasil contra o golpe e em defesa da democracia. A batalha no Senado terá pressão popular e os golpistas, desleais e traidores, não passarão.
 

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