Portugal comemorou nesta segunda (25) o feriado nacional da Revolução dos Cravos com desfile na Avenida da Liberdade. Cerca de 100 brasileiros se juntaram aos portugueses e promoveram um ato a favor da presidenta Dilma Rousseff e da democracia.
Igor D'Angelis, de 29 anos, doutorando em Ecologia Humana, vive em Lisboa e é um dos coordenadores da manifestação. Ele conta em entrevista à Agência Brasil sobre como se deu a manifestação. “Junto com a Casa do Brasil, organizamos uma marcha pela democracia [..] junto com o desfile da Revolução dos Cravos. A gente quer que ela [Dilma] fique no poder”, disse.
A Frente Democrática Brasileira de Lisboa, organizada pelo coletivo Andorinha, lançou um manifesto em que afirma ser um grupo suprapartidário, formado por brasileiros e estrangeiros em defesa da democracia. Segundo Igor, o coletivo surgiu da necessidade de refletir criticamente a atual situação política do Brasil. "É preciso que a comunidade portuguesa saiba que o que está em acontecendo no Brasil é uma tentativa de golpe de Estado disfarçada de destituição", diz o manifesto.
Com faixas exaltando a democracia e denunciando o golpe, a manifestação teve palavras de ordem contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Um grupo de maracatu animou o desfile durante todo o percurso no centro da capital portuguesa.
A Revolução
Em 25 de abril de 1974, uma rebelião liderada por jovens militares derrubou o governo português de Marcelo Caetano, que foi herdado da ditadura de Antônio de Oliveira Salazar. A data se tornou um feriado nacional e hoje se comemora 42 anos do fim do período antidemocrático do país.
O regime Salazarista instalado em 1926 por Salazar foi inspirado pelo fascismo italiano e, nele, as liberdades de reunião, organização e de expressão foram suprimidas a partir da Constituição de 1933.
Em 1968, o ditador sofreu um derrame cerebral e foi substituído pelo ex-ministro Marcelo Caetano, que deu continuidade à política. O país passava por uma crise econômica que provocou descontentamento da população e das Forças Armadas, que desencadearam a revolução. Assim, há exatos 42 anos,os militares depuseram Marcelo Caetano.
A população saiu às ruas para comemorar o fim da ditadura de 48 anos e distribuiu cravos, a flor nacional, aos soldados rebeldes em forma de agradecimento, dando origem ao nome "Revolução dos Cravos".
*Com informações da Agência Brasil
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