Em meio a um processo de criminalização, persecução e judicialização contra lideres comunitários e defensores de direitos humanos em toda a América Central, mulheres e homens camponeses e indígenas, idosos, jovens e defensores de direitos humanos foram parte de uma marcha que durante onze dias percorreu diversas localidades guatemaltecas para sensibilizar sobre os riscos à vida e à biodiversidade oferecidos pelo modelo de desenvolvimento e exploração vigente.
A caravana foi convocada pela Assembleia Social e Popular (ASP), que reúne 80 organizações com o foco de denunciar a contaminação, o desvio de rios e apropriação da água para o monocultivo e as mineradoras. Segundo o comunicado lançado pela organização, a "Marcha tem a convicção da necessidade de levantar a histórica luta para o reconhecimentos dos direitos da Mãe Terra e dos direitos humanos à água, assim como a legitimidade de defender nossos territórios. A vida está acima dos interesses de qualquer empresa e dos governos, que atentam contra a nossa Mãe Terra”.
Na sexta-feira (22), Dia da Mãe Terra, as organizações indígenas e camponesas encerraram a marcha nacional na capital guatemalteca, estabelecendo um “Tribunal de Consciência” para denunciar e julgar empresas, empresários e funcionários estatais responsáveis pela violação de direitos, pelo não cumprimento de convênios internacionais, de leis nacionais e de resoluções judiciais que protegem as comunidades em perigo.
Também será instalado um Congresso Plurinacional, Popular e Multissetorial para aprovar uma declaração dos povos lximulew, que vai entregar ao Poder Executivo, Legislativo e Judiciário para exigir que seja acatada a vontade popular de garantir os direitos do povo guatemalteco e reverter o risco socioambiental do atual modelo, que se baseia no agronegócio e na mineração.
Para mais informação sobre o percuso da marcha e outras atividades, confira o site da Marcha (español).
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