Artistas do teatro, da música, do cinema, do grafite e de outras vertentes da arte estão realizando intervenções artísticas desde o início da tarde desta quarta-feira (30), no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e lá devem permanecer até as 21h. As atividades são parte da “Vigília da Democracia”, que está acontecendo em várias cidades do Brasil e, em São Paulo começou na manhã desta terça-feira (29), na Praça da Sé.
O palco montado no vão livre foi espaço para discursos de uma série de grupos populares que participaram do ato. Um de seus representantes é Luciano Carvalho, ator de teatro do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, da zona leste de São Paulo. “Colocamos nossos corpos e nossa arte em potência para dizer ‘não’ ao golpe e mostrar que o discurso da corrupção seletiva não nos engana”, bradou.
Também estavam presentes cineastas premiados, como Tatá Amaral, que dirigiu os filmes Antônia (2006) e Hoje (2001), Toni Venturi, que dirigiu o longa-metragem Cabra Cega (2005), e Anna Muylaert, que o recente Que Horas Ela Volta, vencedor do Festival de Berlim de 2015.
Venturi acredita que esteja em um curso uma ação com o objetivo de tomar o poder ilegalmente. "O cinema e o audiovisual brasileiro estão atentos a esta tentativa espúria de golpe que está acontecendo”. Para ele, é fundamental defender a liberdade, “essa coisa tão cara”.
"A gente tem que botar a cara e aparecer. Se um grupo econômico tem interesse de tirar a Dilma, eles vão ter que esperar dois anos. Todo mundo [vai esperar dois anos], quem é contra ou a favor [do governo]. A legitimidade do voto tem que ser respeitada", defendeu Anna, que comentou sua posição sobre a conjuntura política em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato.
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