Política

Lula espera assumir Casa Civil nesta quinta-feira (7)

Em ato neste sábado (2), ex-presidente também criticou a posição do vice-presidente Temer em relação ao impeachment

Da Redação |
Lula participou de ato político neste sábado (2), em Fortaleza (CE).
Lula participou de ato político neste sábado (2), em Fortaleza (CE). - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter esperanças de que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize, na quinta-feira (7), sua posse como ministro da Casa Civil. O petista também criticou a posição de Michel Temer (PMDB) em relação ao processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. As falas foram feitas durante ato político realizado neste sábado (2), em Fortaleza (CE).

"Se tudo der certo, e a Suprema Corte aprovar, quinta-feira eu estarei assumindo a Casa Civil do Governo. E vou dizer porque eu aceitei, depois de muito tempo. É porque eu estou convencido - acredito nisso, como acredito em Deus - que este país tem que mudar, tem que dar a volta por cima, mudar a economia, gerar emprego e renda para essas pessoas", afirmou.

O julgamento do recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) para que Lula seja efetivado na Casa Civil não consta na pauta do STF nesta semana. Para que haja uma decisão na quinta-feira (7), o processo precisa ser pautado pelo ministro Gilmar Mendes, que em decisão individual, suspendeu a posse de Lula no cargo de ministro-chefe da Casa Civil no dia 18 de março. O despacho que impossibilitou a nomeação do petista atendeu a um pedido liminar feito pelo PPS e pelo PSDB.

No recurso, a AGU contestou as afirmações de Mendes sobre a suposta intenção do Governo de nomear Lula para beneficiá-lo com o foro privilegiado. Para o órgão, o entendimento do ministro é equivocado e deslegitima a própria Corte, já que parte da premissa de que o Supremo teria menos condições de conduzir uma investigação criminal do que um juízo de primeira instância. 

Impeachment

No mesmo discurso realizado em Fortaleza, Lula afirmou que o processo de impeachment contra Dilma se trata de um “golpe”, por não apresentar crime de responsabilidade. Além disso, ele criticou o vice-presidente Temer (PMDB) por apoiar a iniciativa.

“Ele [Temer] é um constitucionalista, professor de Direito, sabe que o que estão fazendo é golpe e sabe que vão cobrar isso do filho e do neto dele. A forma mais vergonhosa de se chegar ao poder é tentar encurtar um mandato, dando um golpe contra uma mulher da qualidade e da seriedade da presidenta Dilma Rousseff”, afirmou o ex-presidente.

O petista também afirmou que os adversários da presidenta precisam respeitar o processo democrático: “A melhor maneira de chegar ao poder é disputar eleições, ganhar eleições. Eu sou a experiência disso. Perdi muitas eleições, e quero que eles aprendam isso. Será que é ódio pelo Minha Casa Minha Vida, pelo Bolsa Família? Eles precisam explicar por que [têm] tanto ódio da primeira mulher que governa este país. Resolveram tentar encontrar uma via fácil para derrubá-la”, disse.

Resposta

Por meio de nota, a assessoria da vice-presidência afirmou que Temer “tem ciência de que não há golpe em curso no Brasil”.

Edição: Simone Freire

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