AMPLA MAIORIA

Trabalhistas têm vitória esmagadora nas legislativas britânicas, segundo boca de urna

Estimativas apontam que centro-esquerda conquistou 410 dos 650 assentos na Câmara dos Comuns, contra 131 conservadores

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Luminoso no centro de Londres mostra vitória de Starmer e sua enorme maioria: "lavada" - Oli SCARFF / AFP

O Partido Trabalhista conquistou uma vitória esmagadora nas eleições legislativas no Reino Unido nesta quinta-feira (4), pondo fim a 14 anos de governo conservador, segundo pesquisas de boca de urna. Se confirmado, o resultado abre caminho para seu líder, Keir Starmer, assumir o cargo de primeiro-ministro.

Segundo essas estimativas divulgadas pelas emissoras britânicas, os trabalhistas (centro-esquerda), conquistariam 410 dos 650 assentos na Câmara dos Comuns, contra 131 dos conservadores, que sofreriam seu pior resultado nas urnas desde o início do século 20.

O atual premiê conservador, Rishi Sunak, de 44 anos, pareceu aceitar a derrota nos últimos dias, pedindo votos para evitar uma "supermaioria" trabalhista. O Partido Conservador, envolvido em lutas internas e afundado em uma profunda crise, como três primeiros-ministros em menos de dois anos, tinha como objetivo evitar uma derrota histórica.  

O partido de extrema direita e anti-imigração Reform UK foi significativamente maior do que o esperado, conquistando 13 assentos.

Ex-advogado dos direitos humanos e líder do Partido Trabalhista, Starmer deve se confirmar na manhã desta sexta (5) como "o único líder de centro-esquerda de uma grande economia com uma super maioria parlamentar", apontou na terça-feira (3) Mike Harris, analista político na revista Foreign Policy.

"O que está acontecendo no Reino Unido é, para dizer o mínimo, incomum para partidos de centro-esquerda. Os trabalhistas podem ganhar até 70% dos assentos na Câmara dos Comuns – uma vitória que poderia superar até mesmo a margem eleitoral do ex-premiê trabalhista Tony Blair, em 1997, oferecendo lições aos progressistas em todo o mundo."

Em forte contraste com os seus homólogos em França e Alemanha Emmanuel Macron e Olaf Scholz, "que enfrentam elevados índices de desaprovação e lutam para prosseguir com as suas agendas de governo", segundo Harris, Starmer forte politicamente participará no G7 como um líder "com total controle político".

Edição: Leandro Melito