Educação

Professores da UFPR e UTFPR decidem terminar greve e planejam retorno às aulas

Docentes das universidades aceitam proposta do governo federal; assembleias irão ajustar o calendário acadêmico

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
A maioria dos docentes decidiu pela saída coletiva da greve devido ao desgaste após 65 dias de paralisação
A maioria dos docentes decidiu pela saída coletiva da greve devido ao desgaste após 65 dias de paralisação - Giorgia Prates

Em assembleias realizadas nesta quinta-feira (20), os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) decidiram encerrar a greve que durava aproximadamente dois meses. A paralisação chega ao fim após o aceite da proposta do governo federal.

O governo propôs um reajuste salarial dividido em duas parcelas: um aumento de 9% será pago a partir de janeiro de 2025, seguido por um reajuste adicional de 3,5% em abril de 2026. A proposta também inclui uma reestruturação na carreira docente, com progressões salariais elevadas de 4% para 4,5%, e até 6% para algumas categorias. Além disso, foi garantido que as progressões e promoções solicitadas serão concedidas dentro de até seis meses, desde que todos os requisitos sejam atendidos.

A assembleia de professores da UFPR destacou a importância da greve nacional da educação federal, que trouxe ao debate nacional as implicações da austeridade fiscal e do Novo Arcabouço Fiscal sobre os direitos sociais.

"Ficou evidente a importância da greve atual como o maior movimento social em defesa das políticas públicas em anos. A força da luta forçou o governo a ceder alguns avanços, que não ocorreriam sem a greve", afirma Rogério Miranda Gomes, professor e membro do Comando Local de Greve dos professores da UFPR. 

Apesar de considerar as propostas do governo insuficientes diante das necessidades, a maioria dos docentes decidiu pela saída coletiva da greve devido ao desgaste após 65 dias de paralisação.

Na votação pela retomada das atividades, a UTFPR registrou 210 votos favoráveis, enquanto na UFPR foram contabilizados 174 votos a favor.

A retomada das atividades na UFPR está prevista para a próxima segunda-feira (24). Contudo, a continuidade da greve dos técnicos-administrativos em educação (TAEs) pode afetar esse cronograma. 

'O fim da greve não significa o retorno das aulas nesta semana. Na UFPR permanecem ativas as paralisações de técnicos e estudantes, que devem ser respeitadas", destaca Rogério.

A assembleia decidiu solicitar uma reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) para o início da semana, antes do retorno das aulas, a fim de deliberar sobre o calendário acadêmico.

Foram também definidos pontos para a reorganização do calendário acadêmico da UFPR, incluindo: 

- Elaboração de um calendário único para todos os cursos, abrangendo adesões totais, parciais e não adesões à greve;

- Início do segundo semestre de 2024 somente após o término das aulas do primeiro semestre, conforme o novo calendário;

- Manutenção integral do período de férias entre semestres, incluindo o intervalo entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025;

- Não redução da carga horária das disciplinas;

- Reposição das aulas exclusivamente no formato presencial, conforme as normativas da UFPR.

Na UTFPR, uma nova assembleia está marcada para terça-feira (25) para ajustar o calendário acadêmico.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Pedro Carrano