enchente no guaíba

Pesquisadores da Ufrgs acompanham recomposição de diques e casa de bombas de São Leopoldo (RS)

Prefeito Ary Vanazzi diz que convênio com IPH/Ufrgs vai gerar dados para iniciar processo de reconstrução do sistema

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Vistoria teve como objetivo avaliar a situação dos diques e das Casas de Bombas e planejar soluções de enfrentamento às enchentes - Foto: Thales Ferreira

Uma comitiva do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) realizou uma avaliação, nesta terça-feira (11), dos trabalhos de recomposição do dique e da Casa de Bombas do Arroio João Corrêa e do Sistema de Proteção da Vila Brás, bairro Santos Dumont, em São Leopoldo (RS).

A prefeitura firmou uma parceria com o Instituto no dia 4 de julho, tendo como meta a construção de um convênio para viabilizar o auxílio à reconstrução dos Sistemas de Proteção de Cheias da cidade. O prefeito Ary Vanazzi (PT) acompanhou a visita e avaliou com entusiasmo a colaboração do IPH.

"O Instituto já realizou um estudo extraordinário referente à Bacia do Rio dos Sinos, já estamos a todo vapor para nos próximos 30 ou 40 dias entregarmos os dados para o governo federal e iniciar um grande processo de reconstrução desses sistemas que irão nortear nosso trabalho nos próximos anos", relata o prefeito.

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O doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental do IPH, Fernando Dornelles, relembra de uma das primeiras dissertações defendidas pelo Instituto de 1970, que analisa a situação econômica do Sistema de Proteção de Cheias de São Leopoldo da época, e avalia as soluções para o presente.

"O conhecimento acumulado através dos estudos no Instituto é de extrema importância, muita coisa foi produzida ao longo dos anos, e viemos trazer nossa experiência e conhecimento para auxiliar nesse período. Temos prazos curtos e precisamos agir rapidamente e com certeza, se tem a previsão de mais chuvas vindo por aí, mas com a nossa ajuda, com certeza iremos construir um sistema capaz de dar conta dos eventos climáticos que estão por vir", afirma.

Antonio Geske, diretor do Sistema de Proteção de Cheias da Secretaria do Meio Ambiente de São Leopoldo (Semmam), reforça a importância da participação do Instituto na reconstrução dos diques. Segundo ele, “o IPH é a história dos diques de São Leopoldo”.

“Eles fizeram o estudo de viabilidade econômica dos diques da região metropolitana, fizeram uma maquete e um modelo reduzido do Rio dos Sinos para conhecer as características do rio e fizeram o plano de drenagem urbana, então eles conhecem como ninguém a cidade de São Leopoldo do ponto de vista hídrico e hidrológico", explica Geske.

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No sábado (8), membros da Defesa Civil Nacional estiveram em São Leopoldo para acompanhar o trabalho de recomposição. Os diques e as Casas de Bombas da João Correa e no bairro Santos Dumont/Vila Brás, divisa com Novo Hamburgo sofreram avarias devido ao grande volume de chuva. Com a pressão da água exercida, acabou ocorrendo o transbordo pela parte de cima dos diques e a consequente erosão da estrutura.

Em maio, a força-tarefa da prefeitura e de empresas terceirizadas fizeram uma obra emergencial na recomposição das estruturas que impediram cerca de 80% da vazão das águas em um primeiro momento. Agora, as equipes trabalham na selagem das estruturas com a colocação de argila e compactação, o que deve impedir o fluxo dos outros 20% de água.

* Com informações da prefeitura de São Leopoldo

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira