inquérito aberto

MP investiga Ricardo Nunes por possível improbidade administrativa no recapeamento de vias em São Paulo

Denúncia foi feita pela Bancada Feminista do PSOL na Câmara dos Vereadores

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo - Wilson Dias/Agência Brasil

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu investigação sobre possível ato de improbidade administrativa por parte do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), por conta de remanejamento orçamentário para recapeamento de vias da cidade.

A investigação atende representação protocolada pelo mandato coletivo Bancada Feminista (Psol), da Câmara Municipal de São Paulo. O promotor de justiça Silvio Antonio Marques assina a abertura do inquérito, em despacho publicado no último dia 3 de junho.

As covereadoras do Psol destacaram o remanejamento de recursos de R$ 220 milhões, retirados de oito pastas da prefeitura, para o recapeamento. Essa manobra orçamentária pode conter ilegalidades, segundo a Bancada.

A representação destaca ainda uma segunda determinação da prefeitura para remanejamento de um valor ainda mais alto – R$ 329 milhões –, que seriam destinados para construção de terminais de ônibus.

De acordo com o documento que determina a investigação, "houve possível remanejamento ilegal de verbas de mais de oito pastas para utilização na rubrica recapeamento" e "os atos foram, possivelmente, revestidos de ilegalidades, além de ofenderem ao interesse público, por terem como fim objetivos pessoais e eleitoreiros".

Uma das integrantes da Bancada Coletiva, a covereadora Silvia Ferraro, afirmou que "está nítido que o interesse de Nunes, com o remanejamento orçamentário, era recapear a sua própria imagem para a população, já que ele é pré-candidato à prefeitura e pouco conhecido pela população". Nunes assumiu o posto de prefeito após a morte de Bruno Covas, cabeça de chapa na eleição municipal de 2020.

Outro lado

Em contato com o Brasil de Fato, a prefeitura da capital paulista afirmou que "todos os remanejamentos orçamentários foram feitos dentro da legalidade", e apontou que a abertura dos créditos é prevista por legislações municipais e por lei federal.

Edição: Thalita Pires